As Grutas denominadas A e B, situavam-se, nos afloramentos do Lusitaniano, a cerca de 30 metros de altitude, distando perto de 300 metros a N.E. do Forte do Cavalo , Cartográfica (m=114000, p=163500). Segundo relatos da época, eram duas pequenas cavidades cársicas, possivelmente pertencentes a uma única, que já tivesse sido amputada, aquando da construção do Porto de Abrigo. (Serrão, 1994)
Note-se que nesta região, já havia sido descoberta e estudada, por G. Zbyszewski, R. Flaes, Mendes Leal e V.Rau em 1946, e posteriormente em 1969/70, pela equipa do Museu Arqueológico de Sesimbra, uma jazida de superfície, situada entre os 35 metros de altitude, a noroeste do Forte, em terrenos do Paleo-Tirreniano, que pelo espólio recolhido foi catalogada como pertencente ao Paleolítico inferior e Médio, indústrias Acheulense e Musteirense .
A gruta A, foi descoberta em Setembro de 1958 por um trabalhador, que aí procurou abrigo, tendo encontrado alguns machados e enxós de pedra polida e que antevendo o interesse de tais objectos os entregou na Câmara Municipal (nota + para esta louvável atitude). E a gruta B por Rafael Monteiro de imediato, quando se deslocou ao local, com Eduardo Serrão, a pedido da Câmara Municipal.
Tendo sido recolhido um espólio arqueológico, constituído por duas lâminas de sílex, treze machados de pedra polida em calaíte, e 14 enxós votivas. Além de restos osteológicos humanos, parte deles cobertos por calcite, formado por várias calotes cranianas, maxilares inferiores, falanges, etc...
Eduardo Serrão e Rafael Monteiro projectaram, um estudo exaustivo das grutas, que infelizmente não se chegou a efectuar, porque mais uma vez os interesses manifestados por alguns detentores do poder, que não se importam com o interesse colectivo do conhecimento dos nossos ancestrais e das nossas raízes, muito menos do Património, que é palavra que não conhecem e abruptamente e ESTUPIDAMENTE, em Setembro de 1961, toda a área foi dinamitada para se proceder ás obras da estrada para o Porto de Abrigo.
Do ponto de vista arqueológico, tendo por base o espólio recolhido, e a ausência de cerâmica, que infelizmente não foi encontrada, porque não chegou a ser feita a escavação projectada, está definida como uma Necrópole do periodo de transição do Neolítico para o Calcolítico. (Serrão, 1994)
Texto: Orlando Pinto, 2014
CNS: 367
Datações do Sítio - Neolítico / Calcolítico
Bibliografia: Guia do Museu Arqueológico de Sesimbra; Carta Arqueológica do Concelho de Sesimbra, E. Cunha Serrão - Câmara Municipal de Sesimbra - 1994; Octávio da Veiga Ferreira, Boletim do Centro de Estudos do Museu Arqueológico de Sesimbra, 1967; Eduardo da Cunha Serrão, Estações Arqueológicas: concelho de Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra, 1985; arqueologiambiente.blogspot, 2010; Portal do Arqueólogo - arqueologia.igespar.pt/