Minerais e Espeleoformas

    Património Natural

Cavidade cársica situada na da Serra da Azóia GPS (m= 109479; p=163301). Apresenta um desenvolvimento horizontal, com cerca de 7 metros de comprimento, por 1,5 metros de largura, por 1,5 metros de altura máxima.

A quando do levantamento da nova Carta Arqueológica de Sesimbra foram feitas prospecções, acompanhadas pelos espeleólogos do CEAE-LPN, tendo sido recolhido um fragmento de cerâmica manual, datável da Pré-histórica, vários fragmentos de cerâmica de roda, incluindo vidrados foram também encontrados no exterior  fragmentos de cerâmica de roda, além de um osso trabalhado, atribuíveis á época Medieval / Islâmica.


" Trata-se do fragmento de diáfise de um osso longo de mamífero. Devido ao facto de se apresentar afeiçoado, não é possível avançar uma identificação específica. Porém, as suas dimensões e morfologia, sugerem um rádio (elemento do membro anterior) de um equídeo/bovídeo.
Possui um comprimento total de 133,15 mm.
Naquela que terá sido a face anterior do osso original apresenta dois orifícios (com um diâmetro aproximado de 4,7mm) sem sinais de desgaste interno ou periférico. Está fracturada no sentido longitudinal, quebra que afecta parcialmente um destes orifícios, bem como o bordo original. Na face oposta observam-se dois entalhes oblíquos do centro da peça para as extremidades, conferindo-lhe uma forma em dupla cunha. Esta operação terá sido levada a cabo com objecto metálico (cutelo/machado), sendo visíveis as marcas provocadas por sucessivos desbastes. A superfície em bisel duplo evidencia um polimento, acentuado sobretudo nos bordos das extremidades, provocando o seu arredondamento, situação derivada da funcionalidade deste objecto que, no entanto, não foi possível até ao presente aclarar. É prudente não excluir tratar-se de parte de uma estrutura mais complexa constituída por elementos perecíveis que não se conservaram.
Salienta-se a ocorrência de outros três exemplares, igualmente do Período Islâmico, recuperados na Alcáçova de Santarém e no Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, em Lisboa, peças que permanecem inéditas. As semelhanças nas suas dimensões e características evidenciam estarmos perante elementos que tiveram alguma difusão geográfica no al-Andalus. " (Marta Moreno García; Carlos Pimenta)

Texto: Orlando Pinto, 2014




Origem das fotografias: O Tempo do Risco - Carta Arqueológica de Sesimbra, 2009 ; geocaching.com/GC3DX3E 
CNS:
 33865 

Datações do Sítio -
 Medieval Islâmico e Indeterminado (Pré-História) 

Bibliografia:
 O Tempo do Risco - Carta Arqueológica de Sesimbra, 2009 ; Portal do Arqueólogo - arqueologia.igespar.pt/